Proteção em Prensas e Similares

História

 

 

No inicio da década de 1980, entidades representativas de trabalhadores, começaram a externalizar para a sociedade o sofrimento das vítimas de acidenes de trabalho. Significativa parcela das lesões dos membros superiores se originava de trabalho com prensas e similares.

Em 1989, com o apoio da DRT/SP, Magrini e colaboradores pesquisaram condições de trabalho com prensas mecânicas nas industrias da zona norte da cidade de São Paulo, revelando que 91% destas máquinas eram do tipo "engate de chaveta"; 38% exigiam o ingresso das mãos dos operadores nas zonas de prensagem e 78% apresentavam a zona de prensagem aberta. Tais situações corroboravam o elevado número de acidentes graves apresentados nas estatísticas da Previdência Social.

A grande quantidade destas máquinas instaladas no parque fabril nacional levou à necessidade de ações coletivas.

Num esforço para reversão desta situação, de 1993 a 1995, a Convenção coletiva geral dos Metalúrgicos de São Paulo promoveu a criação de uma subcomissão bipartite de caráter permanente, específica para estudar o assunto.

Em 1996, a DRT/SP, em busca de um diagnóstico aperfeiçoado, abriu a discução com órgãos públicos, técnicos e acadêmicos, além das representações sindicais, visando o estabelecimento fr proteções e procedimenos para trabalho seguro com prensas e similares. Nascia assim o PPRPS - Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Similares.

Na continuidade; a Portaria DRT/SP nº 50 de 11/9/1997 criou a Comissão de Negociação Tripartite sobre proteção em Prensas Mecânicas, onde evoluiu o entendimento entre as partes.
 
Em Abril de 1999, o Brasil foi sede do XV Congresso Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho, que premiou com o 1º lugar, dentre concorrentes internacionais o vídeo elaborado em conjunto pela DRT/SP/Fundacentro e o Sindicato dos Metalúrgicos de SP, "Máquina Risco Zero", demonstrando o andamento das negociações e meios de prevenção de acidentes com prensas e similares.

Embalados pelo clima festivo da premiação e pelo estabelecimento, desde o final de 1997, da proibição de construção de prensas com engate de chaveta, através da Norma ABNT NBR 13930 - Prensa Mecânica - Requisitos de Segurança, foi firmada, em 27 de maio de 1999, a Convenção Coletiva adotando a obrigatoriedade de Implantação do PPRPS pelos signatários, com alcance aos municípios de São Paulo, Mogi da Cruzes e região.
 

Em outros estados do Brasil, como MG e RS, os acidenes de trabalho demonstravam a necessidade de enfrentamento do problema e a busca por soluções coletivas.
 
Trabalhando em Caxias do Sul/RS, o Dr. João Fernando dos Santos Mello e colaboradores, analisaram extensa casuística de traumatismo de mão, causados por acidentes de trabalho.
 

Nos cinco primeiros meses do ano de 1993 foram analisados 1.700 acidentes: 500 (30%) atingiram a mão do trabalhador, sendo que 398 restaram em amputação de dedos. O mesmo estudo apontou que a indústria metalúrgica foi responsável por 50% dos acidentes, destacando-se as prensas como as máquinas que mais vitimaram trabalhadores.

A DRT/RS procurou estabelecer instâncias de negociaçõa tripartite, a exemplo do que já vinha acontecendo no centro do país, buscando a sinergia das ações desenvolvidas em conjunto pelo Ministério do Trabalho e Emprego e representações de trabalhadores e empregadores.

Orientados pelo planejamento nacional, que subdividiu a geografia de riscos do trabalho no país, em 2000, foi elaborado um diagnóstico para priorização de estratégias de redução de acidentes, o qual foi confirmado pelo estudo representado pelo Ministério da Previdência Social - Máquinas e Acidentes de Trabalho, que identificou, dentre as máquinas que mais causam acidentes, as prensas para metaugria, responsáveis por 42% dos casos de esmagamento de dedos ou mãos registrados em 1995 e 25% de todos os acidentes graves causados por máquinas no mesmo ano. Grande parte desses acidentes ocorreu em razão da utilização de máquinas obsoletas e inseguras.

Em 2001, dentre as ações para enfrentamento do problema, surgiu a necessidade da criação do Manual Básico de Segurança em Prensas e Similares, instrumento para difundir, de forma mais efetiva e abrangente, a identificação e formas de erradicação dos riscos mais comuns presentes nas operações com prensas e similares, incluindo a divulgação da NBR 13536 - Máquinas injetoras para plásticos e elastômeros - requisitos técnicos de segurança para o projeto, construção e utilização.

Mais recentemente, a Convenção Coletiva que estabelecia o PPRPS foi apliada para outras convenções já existentes, como de injetora e galvânica, e estendida para todo o estado de São Paulo.

Em 2004, o Ministério do Trabalho, a fim de uniformizar e divulgar boas práticas em nível nacional, ouvidos os trabalhadores, empregadores, fabricantes, publiocou a Nota Técnica, que levou o número NT 37/2004, a qual estabeleceu princípios para proteção de prensas e similares, Nota esta que foi substituida pela Nota Técnica de número NT 16/2005, com pequenas adequações.
 
O presente blog, fundamentado na NT 16/2005, tem como objetivo digulgar boas práticas a serem adotadas por todos aqueles que utilizam prensas e similares, reduzir os acidentes de trabalho e bem orientar sobre as regra básicas de segurança que devem ser atendidas no dia-a-dia, no intuito de preservar a integridade física do trabalhador.

Todas as máquinas e os equipamentos com acionamento repetitivo, que não tenham proteção adequada, oferecendo risco ao operador, devem ter dispositivos apropriados de segurança, conforme disposto na NR - 12 - Máquinas e Equipamentos. Esta norma regulamentadora traz medidas de ordem geral. Como objetivo desde blog é trazer condições mínimas de proteção a um grupo específico de máquinas (prensas e similares), de acordo com a NT 16/2005, passar-se-á a enfocar os aspectos peculiares a cada máquina e equipamento.

© 2010 Todos os direitos reservados.

Crie o seu site grátisWebnode